Realizar auditorias internas é uma das etapas mais importantes para garantir a conformidade sanitária, eficiência operacional e segurança dos alimentos. Ainda mais em 2025, quando as exigências regulatórias estão mais robustas e o mercado consumidor exige transparência, rastreabilidade e padronização dos processos.
Para auxiliar gestores e responsáveis técnicos, reunimos abaixo um checklist atualizado, aplicável a indústrias de diferentes portes, desde pequenas agroindústrias até fábricas complexas com múltiplas linhas de produção.
Este checklist foi estruturado com base em requerimentos de Boas Práticas de Fabricação (BPF), Programas de Autocontrole (MAPA), APPCC, normas ISO 22000, legislações sanitárias brasileiras e boas práticas adotadas por indústrias de alimentos em 2025.
1. Infraestrutura e Instalações
1.1 Estrutura física
Pisos íntegros, laváveis, antiderrapantes e sem rachaduras.
Paredes com revestimento adequado, sem pontos de descascamento.
Teto sem goteiras, mofo, infiltrações ou acúmulo de poeira.
Esquadrias e portas em bom estado e de fácil higienização.
Ralos sifonados, com tela e proteção contra retorno.
Fluxo produtivo sem cruzamento entre áreas “suja e limpa”.
1.2 Iluminação e ventilação
Ventilação adequada, sem formação de condensação.
Luminárias protegidas contra estilhaçamento.
Sistemas de exaustão em funcionamento.
1.3 Abastecimento de água
Potabilidade comprovada, com laudos atualizados.
Reservatórios limpos e com manutenção periódica.
Rede sem vazamentos.
2. Equipamentos e Utensílios
Equipamentos em aço inox ou materiais permitidos.
Manutenção preventiva atualizada e registrada.
Ausência de ferrugem, trincas, soldas abertas ou superfícies porosas.
Utensílios identificados e em bom estado.
Calibração dos instrumentos essenciais (termômetros, balanças, pHmetros).
Barreiras sanitárias funcionando e sendo utilizadas.
3. Higienização
3.1 Plano de Higienização (POP ou PAC)
POPs atualizados e afixados nos setores.
Produtos saneantes autorizados pelo MAPA/ANVISA.
Concentrações, tempos de ação e enxágue seguindo especificação.
Registros completos de higienização.
Validação e verificação da limpeza (swab, ATP, inspeção visual).
3.2 Controle de pragas
Contrato ativo com empresa especializada.
Mapas de iscas atualizados.
Relatórios recentes sem inconformidades.
Portas e janelas com telas e vedação.
4. Manipuladores e Saúde Ocupacional
Exames de saúde atualizados conforme exigência sanitária.
Treinamentos anuais em BPF, higiene e segurança dos alimentos.
Uniformes adequados, limpos e completos (touca, avental, botas).
Lavagem correta das mãos e uso de EPIs.
Proibição de adornos respeitada.
Acesso restrito de visitantes com procedimentos específicos.
5. Matérias-Primas, Ingredientes e Insumos
Fornecedores aprovados e cadastrados.
Certificados de análise (CA) disponíveis e válidos.
Armazenamento conforme requisitos de temperatura e umidade.
FIFO/PEPS aplicado corretamente.
Controle de validade e integridade das embalagens.
6. Processo Produtivo
Procedimentos escritos para cada etapa.
Parâmetros críticos definidos e controlados (temperatura, pH, tempo).
Monitoramento diário documentado e assinado.
Prevenção de contaminação cruzada entre lotes, alergênicos e produtos diferentes.
Controle de corpos estranhos (peneiras, detectores de metais, filtros).
Verificação do APPCC, quando aplicável.
7. Armazenamento e Expedição
Câmaras frias com controle contínuo de temperatura.
Produtos corretamente empilhados e identificados.
Caixas e pallets íntegros, limpos e sem contato direto com o piso.
Carregamento seguindo fluxo “primeiro que entra, primeiro que sai”.
Veículos de transporte limpos e adequados ao tipo de alimento.
8. Rastreabilidade e Documentação
Rastreabilidade completa “da matéria-prima ao consumidor final”.
Testes de rastreabilidade realizados periodicamente em até 4 horas.
Documentação de não conformidades e ações corretivas.
Registros completos, legíveis e devidamente arquivados.
Documentos do PAC atualizados (BPF, POPs, PPHO, APPCC).
9. Resíduos e Efluentes
Pontos de coleta adequados.
Armazenamento segregado e longe das áreas produtivas.
Destinação realizada por empresa licenciada.
Efluentes atendendo legislação municipal/estadual.
10. Gestão da Qualidade e Melhoria Contínua
Auditorias internas realizadas conforme cronograma.
Plano de ação para não conformidades.
Indicadores de desempenho (desperdício, eficiência, devoluções).
Revisões periódicas da direção (requisitos ISO).
Cultura de qualidade disseminada entre os setores.
Como usar este checklist na sua indústria
Utilize-o como base para auditorias internas mensais, trimestrais ou pré-inspeção do MAPA/ANVISA.
Adapte às exigências conforme o tipo de produto (laticínios, conservas, bebidas, cárneos, panificados etc.).
Construa um relatório final com notas, fotos e plano de correções.
Dica profissional da Lignum
Se sua indústria deseja:
diagnosticar riscos sanitários,
se preparar para inspeção do MAPA,
atualizar o PAC,
ou implementar um sistema de gestão da qualidade completo,
Este checklist é o primeiro passo, mas a auditoria técnica profissional traz uma visão mais profunda, imparcial e alinhada à legislação atual.









