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Transformações no setor de fertilizantes: impacto da regulação e oportunidades para novos entrantes

O setor de fertilizantes no Brasil tem passado por mudanças significativas nos últimos anos, impulsionadas por novos marcos regulatórios, avanços tecnológicos e pela crescente demanda por sustentabilidade na agricultura. Essas transformações vêm criando tanto desafios quanto oportunidades para empresas que desejam ingressar nesse mercado, especialmente para quem busca investir em produtos inovadores e com apelo ambiental.

1. O cenário atual da produção e consumo de fertilizantes no Brasil

O Brasil é o quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo, mas ainda depende fortemente das importações para atender à sua demanda. Estima-se que mais de 80% dos fertilizantes utilizados no país sejam importados, o que torna o setor estratégico para a segurança alimentar e para a estabilidade da cadeia produtiva agrícola.

Nos últimos anos, o governo federal tem implementado iniciativas como o Plano Nacional de Fertilizantes (PNF), que visa reduzir a dependência externa e fomentar a produção nacional. Isso inclui incentivos à implantação de novas indústrias, à inovação tecnológica e à simplificação de processos regulatórios.

2. Principais mudanças na regulação de fertilizantes

A regulação dos fertilizantes no Brasil é conduzida pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), com base em legislações como o Decreto nº 10.991/2022, que atualizou as normas sobre o registro e fiscalização desses produtos.

Entre as principais transformações regulatórias, destacam-se:

  • Digitalização dos processos de registro e fiscalização: o Sistema Integrado de Produtos e Estabelecimentos Agropecuários (SIPEAGRO) trouxe mais agilidade na submissão e acompanhamento de registros.

  • Revisão das categorias de produtos: houve atualização nas definições de fertilizantes, corretivos, inoculantes e biofertilizantes, trazendo maior clareza sobre enquadramento e exigências técnicas.

  • Exigência de rastreabilidade e controle de qualidade: o MAPA reforçou a necessidade de comprovar a origem, composição e eficácia dos produtos, exigindo laudos e metodologias reconhecidas.

  • Incentivo à inovação e sustentabilidade: produtos que utilizam resíduos orgânicos, microrganismos benéficos ou tecnologias de liberação controlada vêm recebendo atenção especial dentro das políticas de fomento e aprovação.

Essas mudanças, embora tornem o processo mais técnico e criterioso, também abrem espaço para empresas que desejam ingressar no setor com soluções diferenciadas, desde que cumpram os requisitos regulatórios.

3. Oportunidades para novos entrantes no mercado

Com a modernização da regulação e o incentivo à produção nacional, surgem grandes oportunidades para novos empreendedores e indústrias:

a) Biofertilizantes e insumos biológicos

O uso de microrganismos e matérias-primas naturais está em expansão. Produtos biológicos apresentam alta eficiência agronômica, menor impacto ambiental e excelente aceitação no mercado. O setor ainda é relativamente novo, oferecendo espaço para inovação.

b) Fertilizantes organominerais

A combinação de fontes orgânicas e minerais tem sido vista como uma alternativa sustentável e de alta performance. O segmento cresce impulsionado por políticas de economia circular e pelo aproveitamento de resíduos agroindustriais.

c) Fabricação regional e logística otimizada

Empresas menores e regionais podem se destacar com operações próximas às áreas de consumo agrícola, reduzindo custos logísticos e oferecendo atendimento técnico mais personalizado.

d) Consultoria e regularização técnica

Com o aumento das exigências legais, cresce também a necessidade de apoio especializado para o registro e adequação de produtos e estabelecimentos junto ao MAPA, uma área em que a Lignum Consultoria atua há mais de 15 anos, oferecendo soluções completas para novos empreendimentos.

4. Desafios e cuidados ao ingressar no setor

Apesar das oportunidades, é fundamental que novos empreendedores conheçam as exigências legais e técnicas do setor, como:

  • Registro do estabelecimento e do produto junto ao MAPA;

  • Atendimento aos padrões de rotulagem e embalagem exigidos pela legislação;

  • Comprovação de eficácia agronômica e ausência de contaminantes;

  • Estrutura adequada de layout industrial, armazenamento e controle de qualidade;

  • Implementação de Boas Práticas de Fabricação (BPF) e sistemas de rastreabilidade.

Contar com suporte técnico e regulatório especializado é essencial para evitar indeferimentos e garantir uma entrada sólida e segura no mercado.

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O que é classificação de risco no registro de fertilizantes?

Você sabia que antes de registrar um fertilizante no Brasil, é necessário definir sua classificação de risco? Esse é um dos pontos mais importantes, e muitas vezes mal compreendidos por empresas que desejam produzir, importar ou comercializar fertilizantes no país. A classificação de risco influencia diretamente os documentos exigidos, os prazos de análise e o tipo de avaliação técnica feita pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA).

Se você atua ou pretende atuar no setor de fertilizantes, entender o que é essa classificação e como ela afeta o processo de regularização é essencial para evitar atrasos, retrabalho e indeferimentos no registro de produtos. Neste artigo, vamos explicar em detalhes o que é a classificação de risco, como ela funciona, quais os critérios utilizados pelo MAPA e como a Lignum Consultoria e Engenharia pode ajudar sua empresa nesse processo.

O que é a classificação de risco de fertilizantes?

A classificação de risco no contexto de fertilizantes se refere à avaliação do potencial de impacto ambiental, agronômico e à saúde humana ou animal que determinado produto pode causar. Essa classificação é usada pelo MAPA para determinar o nível de controle e análise necessários durante o processo de registro ou autorização de comercialização de fertilizantes, corretivos, inoculantes e outros produtos destinados ao uso agrícola.

Produtos de baixo risco costumam ter um processo mais simplificado, com análise documental mais rápida e dispensa de alguns estudos específicos. Já os produtos classificados como médio ou alto risco exigem documentação técnica mais robusta, como ensaios de eficácia agronômica, laudos de segurança toxicológica e detalhamento de processos produtivos.

Quais são as categorias de risco?

De acordo com a Instrução Normativa MAPA nº 53/2013 (e atualizações), os produtos sujeitos à fiscalização são classificados em três categorias de risco:

  • Baixo risco
    Produtos com composição simples, sem ingredientes que apresentem risco à saúde, meio ambiente ou uso agrícola. Ex: fertilizantes minerais simples ou matérias-primas de uso tradicional.

  • Médio risco
    Produtos que apresentam maior complexidade na composição ou que envolvem matérias-primas menos comuns, exigindo comprovação de eficácia ou segurança. Ex: fertilizantes organominerais, alguns biofertilizantes e adjuvantes.

  • Alto risco
    Produtos com potencial de causar impacto significativo ou que demandam comprovação robusta de segurança, eficácia e controle. Ex: novos produtos com compostos inovadores ou de origem biotecnológica.

Essa classificação impacta diretamente o tipo de registro exigido (registro, cadastro, isenção), os documentos obrigatórios e os prazos de avaliação pelo MAPA.

Quais documentos variam conforme o risco?

Veja abaixo alguns exemplos de exigências que podem mudar conforme a classificação de risco:

Documento / Exigência

Baixo Risco

Médio Risco

Alto Risco

Ficha de Informação de Segurança (FISPQ)

Sim

Sim

Sim

Relatório técnico de composição

Sim

Sim

Sim

Estudo de eficácia agronômica

Não

Depende

Sim

Comprovação da origem da matéria-prima

Sim

Sim

Sim

Certificado de análise de lote

Sim

Sim

Sim

Ensaios toxicológicos

Não

Depende

Sim

Avaliação de impacto ambiental

Não

Não

Sim

Além disso, a revisão técnica feita pelo MAPA em produtos de médio e alto risco pode exigir esclarecimentos adicionais ou complementação de documentos, o que aumenta o tempo total de análise.

Como saber a classificação de risco do meu produto?

A classificação de risco deve ser feita com base em:

  • Composição química e microbiológica do produto

  • Origem das matérias-primas

  • Finalidade de uso (fertilizante, inoculante, condicionador, corretivo etc.)

  • Forma de aplicação (foliar, solo, semente, fertirrigação etc.)

  • Processo de fabricação e tipo de tratamento envolvido

Empresas com pouca experiência em regularização costumam ter dificuldade em identificar corretamente o nível de risco, o que pode resultar em erros no protocolo, indeferimento de pedido ou demoras no processo de registro.

Como a Lignum pode ajudar no processo de registro?

A Lignum Consultoria e Engenharia atua há mais de 15 anos com regularização de fertilizantes, produtos veterinários, alimentos e insumos agrícolas. Nosso time técnico possui experiência em classificar corretamente os produtos, identificar o melhor tipo de registro ou cadastro e preparar toda a documentação exigida, de forma a evitar atrasos e retrabalho.

Nosso serviço inclui:

  • Classificação técnico-regulatória do produto

  • Análise da formulação e matérias-primas

  • Elaboração dos documentos técnicos obrigatórios

  • Protocolos junto ao MAPA e acompanhamento até o deferimento

  • Apoio em alterações de rotulagem, reformulações e reavaliações

Contar com uma consultoria especializada pode acelerar o processo de aprovação e garantir que seu produto esteja conforme todas as exigências legais, pronto para entrar no mercado de forma segura e competitiva.

A classificação de risco é um passo decisivo

A classificação de risco no registro de fertilizantes é uma etapa técnica essencial que define todo o caminho da regularização. Saber em qual nível seu produto se enquadra ajuda a montar a estratégia documental correta, reduzir custos e evitar surpresas durante a análise do MAPA.

Se sua empresa deseja registrar novos fertilizantes ou revisar produtos já existentes, entre em contato com a equipe da Lignum Consultoria e Engenharia. Estamos prontos para apoiar você com conhecimento técnico, agilidade e segurança regulatória.



Leia Também: A importância dos fertilizantes na agricultura brasileira e os desafios da importação e exportação.

 Lignum Consultoria e Engenharia trabalha auxiliando no Processo de Regularização de Fertilizantes.

Entre em contato conosco!

 

 

Fonte:

·         Ministério da Agricultura e Pecuária